Curiosidades sobre a dor

Aluns hábitos podem melhorar ou piorar a dor, conheça alguns deles!

Fumo e Dor

Há pesquisas que evidenciam que a nicotina, uma das substâncias contidas no cigarro, tem efeitos analgésicos. Por ironia do destino, os estudos mostram que os fumantes com dor crônica têm menos analgesia (sentem mais dor) que os não fumantes devido ao sinergismo (mesma função) entre a nicotina e analgésicos endógenos (a endorfina é uma substância química produzida pelo cérebro que tem efeitos semelhantes ao da morfina).
Os fumantes apresentam maior intensidade da dor e suas conseqüências, ou seja, apresentam mais dificuldades para a realização de suas funções no dia-a-dia. Quanto maior for a dependência da nicotina (quanto mais quantidade fumar ou quanto maior o tempo que fuma), maior será a intensidade da dor.

A dor de cabeça é mais comum em fumantes do que não fumantes, principalmente naqueles que fumam mais de 10 cigarros/dia há mais de 20 anos. O fumante passivo também apresenta mais dor de cabeça do que o não fumante.
A dor generalizada crônica (artrose generalizada e fibromialgia) e a lombalgia crônica são mais freqüentes e intensas em fumantes do que não fumantes. Esta evidência sugere que há relação entre o tabagismo e a dor crônica. Os fumantes com lombalgia crônica demoram cerca de 10 anos a mais para se recuperarem do que os não fumantes com lombalgia crônica depois que param de fumar.
A hérnia discal com comprometimento da raiz nervosa é mais freqüente em pacientes que fumam e/ou estão mais obesos.
A fratura vertebral originada pela Osteoporose apresenta pior quadro de dor e limitação em fumantes do que não fumantes.
Os pacientes que desenvolvem obstrução de artérias em braços ou pernas (Doença Obstrutiva Arterial Periférica) devido ao fumo (entupimento devido à maior aderência das placas de gordura na parede da artéria) apresentam maior dificuldade para fazer suas tarefas diárias, maior intensidade de dor claudicante (dói quando faz o movimento) e menor independência do que os não fumantes.
O descondicionamento muscular devido à diminuição do aporte de oxigênio nos músculos (conseqüência da diminuição do condicionamento cardiovascular) facilita o encurtamento das fibras provocando bandas tensas musculares que originam dor Miofascial (veja mais no Post: Síndrome Dolorosa Miofascial).
Portanto, se você fuma e tem dor crônica, está na hora de parar, pois este é um fator a mais para aumentar a sua dor!

Alimentação e Dor

O corpo humano renova 50 bilhões de células todos os dias, e cada uma delas, necessita de vários nutrientes para garantir seu funcionamento. Assim, cada órgão executa suas funções de maneira eficaz. A alimentação equilibrada e saudável é o combustível para o bom funcionamento da máquina humana.

O corpo humano é uma máquina que precisa de um bom combústível para ter o melhor desempenho!

Nos pacientes que sofrem de dor crônica, a dieta é ainda mais importante, pois um organismo equilibrado enfrenta melhor os efeitos secundários provenientes da dor.
A maioria destes pacientes com dor crônica, adotam imobilismos, ou seja, procuram não movimentar o local dolorido, o que favorece o sedentarismo e a obstipação. A dieta balanceada favorece a perda de peso e o funcionamento intestinal que por sua vez, podem intensificar a dor quando estão alterados.

A alimentação saudável é imprescindível para a saúde de nosso organismo!

Alguns nutrientes são responsáveis pela síntese dos neurotransmissores (mensageiros cerebrais) associados à sensibilidade da dor e à sensação de bem-estar.
Exemplos:

Triptofano e Serotonina
Os efeitos da dor podem ser diminuídos com o consumo de fontes alimentares ricas em triptofano, o aminoácido responsável pela síntese de serotonina. Ele é encontrado em alimentos como carnes magras, leite desnatado e banana, mas para ser sintetizado (se transformar em serotonina), precisa do auxilio das vitaminas C, B1, B2, B3, B6, do ácido fólico e do magnésio.

Biotina
A biotina atua no combate das dores musculares e o magnésio (mineral) pode minimizar os efeitos das dores de cabeça, pois atua como relaxante muscular.
Carboidratos
Outro elemento importante para a “fabricação”de serotonina é o carboidrato.
É recomendável que 50% a 60% da ingestão calórica diária seja composta por carboidratos, presentes nas frutas, pães, batata e cereais, de preferência os integrais.
Tome cuidado com o uso de açúcar não proveniente dos alimentos naturais, pois pode provocar uma sensação imediata de energia, mas o pico nos níveis de glicose no sangue depois leva à sensação de fadiga e moleza.
Minerais
A ingestão de alimentos ricos em magnésio (encontrados no espinafre, soja, caju, aveia e tomate), ácido fólico (laranja, maçã e folhas verdes), cálcio (leite, iogurte e queijos magros) e selênio (castanhas, nozes, atum e semente de girassol) ajudam a melhorar a sensação de bem estar e diminuem a intensidade da dor.

Vale lembrar que o efeito desses nutrientes não é imediato e a alimentação é apenas um dos pilares do tratamento. Se você tem dor crônica a reeducação nutricional é uma das partes do tratamento de reabilitação e deve ser indicada pelo médico e realizada por um nutricionista ou nutrólogo.

A pirâmide alimentar mostra a quantidade de alimentos que deve ser ingerida para uma alimentação saudável

Por outro lado, existem alimentos que são os vilões da história e podem favorecem o aparecimento de dor, a mais comum é a enxaqueca. A alimentação pode ser a causa de aproximadamente 20% das enxaquecas.
Alguns nutrientes que podem causar enxaqueca:
Aminas: Os alimentos que contêm aminas bioativas, tais como tiramina, feniletilanina, octamina, histidina e triptaminase podem desencadear crises.Exemplos de alimentos ricos em aminas são: Queijos maturados, cerveja, casca de banana, embutidos, repolho fermentado, molho de soja, chocolate, iogurtes, passas, figo, vinhos tintos e carnes defumadas.
– Cafeína: Alimentos ricos em cafeína provocam a constrição das artérias, causando assim a crise de enxaqueca. Cafeína está presente no café, coca-cola e chás.
Bebidas alcoólicas: Está relacionado ao conteúdo de histamina e tiramina (aminas) encontradas em vinho tinto e cerveja.
Lipídios e ácidos graxos: Níveis elevados de lipídeos plasmáticos e ácidos graxos livres, como o ácido linoléico e o oléico podem estar envolvidos no desencadeamento das enxaquecas vasculares. Exemplos: Nozes, castanhas e similares e alimentos ou pratos muito gordurosos.
– Aspartame: É um tipo de adoçante, o dipeptídeo do ácido aspártico e um metil éster da fenilalanina. É umas das substâncias com maior número de relatos como desencadeante de crises de enxaqueca.
Nitratos e nitritos: Presente nas carnes curadas (salame e presunto), peixes em conserva, patês e caviar.
Frutas cítricas: limão, laranja, abacaxi, assim como outras frutas, a banana, ameixa e abacate.
Vegetais: feijão, vagem e cebola.

Para as pessoas que sofrem de enxaqueca, é fundamental o tratamento médico especializado para se identificar a causa(qual alimento desencadeia sua crise) e tratar o sintoma da forma correta.
Cuide bem da sua saúde, faça as combinações adequadas e assim evite as tão incômodas dores de cabeça.
Se você tem mais dúvidas sobre dor de cabeça, leia o Post “As Terríveis Dores de Cabeça” neste site.